segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Inventário e bônus das indústrias levam a auditoria no Carrefour Brasil

Segundo notícia do jornal Valor Econômico de hoje (04/10), e confirmada pela empresa na França, a matriz está relizando uma auditoria dos resultados financeiros da filial brasileira do Carrefour. Segundo a reportagem, a investigação tem ainda como foco a necessidade de fazer ajustes contábeis no balanço. No Brasil, a empresa não se manifestou quando procurada pelo Valor.
O escritório brasileiro da KPMG foi contratado para realizar uma auditoria na rede varejista no País. Ainda de acordo com o jornal Valor Econômico, o objetivo é identificar perdas não relatadas pela filial no Brasil no último balanço encaminhado à matriz.
Segundo comunicado da varejista na França, o grupo já começou a contabilizar perdas do Brasil no relatório global. Em nota enviada ao jornal Valor, Hélène Saint-Raymond, porta-voz da matriz do Carrefour, afirma que a empresa decidiu lançar encargos extraordinários por conta de descontos recebidos dos fornecedores e pela necessidade de dar baixas contábeis no estoque da rede no Brasil. Ainda conforme a porta-voz, até o momento não foi identificada má conduta. As conclusões da auditoria serão comunicadas assim que o trabalho estiver concluído.
Ainda de acordo com a matéria, a varejista francesa informa que foram incluídos no balanço custos da filial brasileira até então não contabilizados no valor 69 milhões de euros. As despesas se referem a baixas de estoque identificadas em inventário nas lojas neste ano. O valor foi constatado pela KPMG.
Um outro ponto que tem sido avaliado na auditoria é a dificuldade de lançamento de verbas obtidas dos fornecedores em negociações comerciais. Diz a reportagem do Valor Econômico que, no caso do Carrefour, esses valores, além de descontos concedidos, elevaram o resultado da empresa no País em 2009 e início de 2010. Isso porque podem entrar no balanço como recebíveis. Esses ganhos, continua a matéria, aumentaram um quesito chamado "supplier receivables" no relatório global da companhia. No entanto, se ao longo das negociações com a indústria, esses recursos não entram no caixa, é preciso dar baixa como "provisão". O que está sendo verificado é como isso foi feito pela subsidiária brasileira.
A decisão de rever as contar no País foi tomada paralelamente a várias demissões no comando do Carrefour no Brasil. No entanto, a porta-voz Hélène garante que as mudanças de executivos não têm relação direta com os ajustes no balanço, e afirma que elas ocorreram devido “ao pobre desempenho de nossos hipermercados no Brasil."
Fonte: Valor Econômico

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