sexta-feira, 22 de outubro de 2010

O QUE FAZER COM O SACO DO SALGADINHO?

Doritos, Fandangos, Cebolitos, Ruffles... Na hora de beliscar, quase ninguém pensa no descarte da embalagem. No fim, ela vai parar numa lixeira qualquer e, depois, em algum aterro sanitário. A Pepsico, que detém as marcas da Elma Chips, quer acabar com isso. Claudia, Pires, gerente de sustentabilidade da companhia no Brasil, falou sobre a proposta nesta quarta-feira (20) no 13° Fórum de Varejo da América Latina, que acontece durante o MultiRetail.
Ela ressalta que a Pepsico já tinha ações para reaproveitar garrafas PET, por exemplo, que há mais de dez anos são transformadas em vasos para flores e plantas. Porém, nada voltado às embalagens de salgadinhos, feitas com BOPP (película de polipropileno biorientada, mais maleável e própria para esse tipo de produto).
No ano passado, a empresa repetiu no Brasil uma parceria que já existia nos Estados Unidos. Cerca de 600 brigadas, formadas por condomínios ou grupos de pessoas engajadas (um total de 55 mil envolvidos), recolhiam os saquinhos e enviavam a cooperativas de costureiras. Com o material, elas faziam artigos como bolsas, por exemplo, com a estampa de Doritos, Fandangos, etc.
Neste ano, os consumidores passaram a participar através de um cadastro no site da Terracycle, parceira na ação, e a cada embalagem coleta eles computavam R$ 0,02 que eram destinados a instituições de caridade. Mais de 234 mil embalagens foram coletadas.
“Começamos a pensar: o que ontem encarávamos como lixo, será que não pode ser matéria-prima para uma outra indústria?”, lembra Claudia. O contato foi feito com a fabricante de displays utilizados pela própria Pepsico para expor os snacks nos pontos de venda. Depois de um teste, foi comprovado que a resina do BOPP poderia ser reaproveitada.

Foi feito um acordo com uma recicladora para coleta do material. Depois de coletado, o material é processado, lavado e moído. E, aí, transformado em display. Os demais componentes, como o rótulo e até a borrachinha que o segura no chão, também são reciclados. A Pepsico deve fechar o ano com 20 mil peças produzidas e 13,5 milhões de embalagens reaproveitadas.

“Pra gente, o display sai 7,8% mais barato com o material reciclado. Para a Fábrica de Ideias, que faz a peça, também é vantajoso porque ela tem um produto diferenciado a oferecer. E a recicladora, que antes trabalhava só com PET, agora trabalha com BOPP e tem mais gente na linha de produção”, conclui Claudia.

ESCRITO POR THIAGO BORGES

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