quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Apesar de mais caros, eletrodomésticos terão vendas maiores neste Natal

A alta no preço desses produtos chega a 10,69% e se justifica pelo fim da redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), que aconteceu em 31 de janeiro deste ano. No Natal do ano passado, o incentivo do governo federal contribuiu para que a alíquota de IPI das geladeiras caísse de 15% para 5%; dos fogões de 5% para zero; e, para as máquinas de lavar, o imposto apresentou queda de 20% para 10%, o que garantiu preços bem mais acessíveis ao consumidor.
A boa notícia é que apesar da alta nos preços, o índice de otimismo dos consumidores brasileiros em relação à compra de bens duráveis cresceu 2% em outubro, passando de 136,9 pontos em setembro para 139,7 pontos em outubro, de acordo com o indicador ICF (Intenção de Compra das Famílias), divulgado pela CNC (Confederação Nacional do Comércio) na terça-feira (19).
Neste mês, 65,3% das famílias disseram acreditar que o momento atual é favorável para esse tipo de consumo, um crescimento de 2,2 pontos percentuais em relação aos 63,1% registrados em setembro. O levantamento ainda revelou que a variação do índice foi maior entre os mais ricos (3,9%) do que entre os mais pobres (1,8%). Já no corte por regiões do País, as percepções são divergentes. O Sudeste foi o único que apresentou queda na comparação mensal (-0,8%). As demais regiões apuraram alta, com destaque para o Sul, onde a variação foi de 10,4%.
Compra facilitada
Para garantir boas vendas neste Natal, grandes redes varejistas já começam a esticar os prazos de pagamento de eletrodomésticos, eletrônicos e equipamentos de informática, ainda de forma promocional. Essa é uma clara indicação de que os financiamentos longos devem ganhar força neste final de ano. Hoje é possível quitar uma máquina de lavar em dois anos e meio, um televisor em dois anos e um computador em um ano e meio.
Desde setembro, por exemplo, o Carrefour parcela no cartão de crédito próprio os eletrodomésticos da linha branca em 30 meses sem juros, aparelhos de áudio e vídeo em 24 meses e itens de informática em 18 meses. Os resultados foram tão favoráveis que a rede decidiu estender essa condição de pagamento até o fim do ano. "Nunca oferecemos um prazo sem juros tão longo. Esses planos são inéditos", revela o diretor de Negócios do Carrefour Soluções Financeiras, Ricardo da Cruz Barreto.
O Walmart começou em outubro a dividir em até 12 meses, sem acréscimo, o pagamento de uma lista de itens como computadores, geladeiras, máquinas fotográficas. A facilidade inclui não apenas produtos das lojas físicas, mas também as vendas online. No Extra, os eletroeletrônicos também são financiados com prazos que chegam a 18 meses no cartão próprio.
Já no Ponto Frio a condição de um ano e meio para pagar com cartão da rede vale só para produtos anunciados. Enquanto isso, as Casas Bahia oferecem os prazos mais curtos em relação aos da concorrência: cinco vezes sem juros no cartão próprio e dez vezes, sem acréscimo, nos cartões de crédito tradicionais.
A última pesquisa da Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade) sobre prazos de pagamento revela que, no mês passado, o período médio dos financiamentos, inclusive os bancários, era de 16 meses, e o máximo chegava a 36 meses.
Riscos
Apesar de aumentar as vendas e tornar o cliente fiel à loja, prazos longos têm um componente de risco, porque em dois anos e meio de financiamento a vida das pessoas pode mudar muito. No Carrefour esse risco é atenuado com o seguro contra desemprego para os assalariados ou perda de renda para os profissionais autônomos. "Cerca de 40% dos clientes do nosso cartão têm esse seguro", diz Barreto, diretor de Negócios do Carrefour Soluções Financeiras.
Fontes: Jornal da Tarde, Infomoney e O Estado de S. Paulo

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