sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Brasil reduz projeção de lucro global do Carrefour

A queda está relacionada aos ajustes contábeis em andamento nas contas da subsidiária brasileira do Carrefour. Segundo apurou o Valor Econômico, esses ajustes devem reduzir o lucro operacional da empresa no mundo em € 100 milhões (R$ 231 milhões) este ano.
A companhia contabilizou em seu balanço € 180 milhões (R$ 415,9 milhões) como "encargos extraordinários" do grupo no Brasil. "Além dos encargos pontuais relacionados ao País, resultado de auditoria em andamento, a estimativa é que tenhamos um resultado operacional de € 3 bilhões em 2010", disse o presidente mundial do Carrefour, Lars Olofsson, em nota. O montante anterior era de € 3,1 bilhões, ou seja, uma redução de € 100 milhões.
A rede Carrefour no Brasil está sob auditoria da KPMG, a pedido da matriz, porque a empresa computou valores em sua receita, que faziam parte de uma bonificação de compra de mercadorias acertada com a indústria. Esse montante acabou não entrando em seu caixa, pelo menos, nos últimos dois anos.
Ontem a empresa informou que foram identificadas no Brasil "questões adicionais relacionadas a bonificações, litígios tributários e baixa contábil em estoques". Em relação aos tributos, há uma pendência a ser resolvida. Segundo apurado pelo Valor, o Carrefour teria incorporado aos resultados, os créditos tributários de ICMS que são obtidos em cima das bonificações das mercadorias. Essa incorporação é legal, mas se o bônus não entra efetivamente nas contas, esse crédito precisaria ser estornado.
Carrefour nega o problema
Na França, o Carrefour não dá detalhes e nega, até o momento, a virtual má conduta na administração das contas da rede brasileira. Informa ainda que essa análise dis resultados da rede está ocorrendo porque a companhia decidiu rever o modelo de hipermercados no mundo e no Brasil. Com isso, passou a analisar mais profundamente as operações. No Brasil, a rede informou ontem, em nota, que a auditoria externa nas contas, feita pela KPMG, está em curso e deve terminar até o fim do ano. O Valor apurou que a rede poderá ter de rever créditos tributários já incorporados à operação no Brasil.
Fonte: Valor Econômico

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