sexta-feira, 22 de outubro de 2010

PENSE, ATUE E VENDA O VERDE

“A sustentabilidade é uma das formas de se modificar o modo de se fazer negócio”, afirmou o sócio sênior da consultoria internacional McMillan Doolittle, coordenador do estudo sobre sustentabilidade no varejo em conjunto com a NRF e autor dos livros “Greentailing” e “Diferenciação no Varejo”, Will Ander.
Will iniciou sua apresentação pontuando as mudanças sofridas pelo varejo. Desde 1850, com as lojas de departamento, até 1995, com o advento da internet. Will alertou como a bandeira do “gaste menos” não é interessante para o varejo. “É preciso ter cuidado e pensar em economia por outra ótica”, disse.
Com base em pesquisa realizada no mercado americano, o especialista afirmou o anseio do consumidor por mudanças e mais informações sobre produtos ‘verdes’. De 1990 a 2005 pouco coisa mudou com relação à consciência do consumidor sobre sustentabilidade. “Já em 1990, 95% das pessoas fariam algum esforço para comprar produtos sustentáveis”, afirma.
Os compradores ativos de produtos sustentáveis somavam 11% em 1990, em 2005, também eram 11%. Dois anos mais tarde, em 2007, esse número pulou para 30%, para Will esse ano marcou uma evolução no consumo, e 60% dos consumidores já consideravam o quesito ‘sustentável’ no seu comportamento de compra. “Antes as pessoas não tinham muita opção, a qualidade dos produtos ‘verdes’ em relação ao custo-benefício não compensava”, relembra ele.
Para o consultor um dos principais desafios para as empresas hoje é comunicar as boas práticas relacionadas à sustentabilidade. “Os consumidores precisam de mais informações sobre o que é sustentável e o que não é. Só assim eles conseguirão decidir na hora da compra”, pondera. Ele acredita que mensagens no site, displays no próprio PDV são necessários para comunicar as boas práticas que as empresas estão realizando.
Além disso, antigamente os produtos sustentáveis sofriam o estigma de possuírem uma qualidade inferior aos outros produtos. De acordo com o especialista isso já foi superado e é comprovado com números do mercado americano. De 2007 até 2009 a avaliação sobre a qualidade dos produtos ‘verdes’ foi crescendo. Em 2007, 32% dos consumidores consideravam ‘muito boa’; em 2008, esse número vai para 62%, e em 2009 estava em 59%.
Embora as pessoas estejam acreditando mais nos produtos verdes, elas não querem pagar mais por eles. “Mais uma vez aí o quesito ‘transparência e informação’ se faz primordial. 21% dos americanos acreditam que esse item influencia na hora da compra”, afirma. “O consumidor quer uma maior variedade de produtos sustentáveis, mais informações sobre eles e mais iniciativas da indústria e do varejo”.
Will por várias vezes citou o Walmart como um exemplo por “estar à frente das questões sobre sustentabilidade nos EUA”, afirma. A maior rede varejista do mundo é expert em oferecer produtos e práticas ‘verdes’ com um bom custo-benefício. A redução do uso de energia e do desperdício são fortes aliados neste processo.
“Para se ter sucesso é necessário integrar os conceitos de um varejo sustentável no seu negócio, ou seja, ter um negócio socialmente responsável e economicamente viável”, alerta.
Segundo ele o ‘pensamento verde’ deve fazer parte da missão da empresa. Esse posicionamento deve estar refletido em toda a cadeia de fornecimento e na estrutura da loja. “Há diversos exemplos americanos com empresas de varejo usando a iluminação natural em seus PDV, além de madeira de reflorestamento, tintas à base de água, entre outros”, ressalta.
Sobre o comportamento dos americanos
Will apresentou os seguintes dados para ressaltar à preocupação sobre sustentabilidade:
50% deles dizem reciclar seus resíduos sempre; 20% o fazem quase sempre.
84% dos consumidores têm uma ecobags, porém, apenas 1/3 deles levam ao PDV já que a maioria esquece em casa ou no carro.
O mercado de alimentos orgânicos cresceu 13% em 2009 e triplicou seu faturamento em 15 anos.

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