segunda-feira, 5 de julho de 2010

Com novo acordo, Casas Bahia aumentam fatia no comércio eletrônico

As Casas Bahia terão participação maior na nova companhia de comércio eletrônico criada pela fusão de suas operações com o Grupo Pão de Açúcar, de acordo com os termos do novo acordo selado pelas empresas nesta sexta-feira.

A parcela da empresa da família Klein, que era de 17% no contrato inicial, passa a 23,5%, restando 76,5% nas mãos do Pão de Açúcar. De acordo com o presidente do grupo, Enéas Pestana, a renegociação foi feita para aliar os interesses de todos em relação ao comércio eletrônico.

"O comércio eletrônico traz uma certa concorrência com o varejo físico. E nós temos mais de mil lojas de varejo físico, então evidentemente precisávamos ter um alinhamento muito claro entre os dois", afirmou em teleconferência para analistas.

De acordo com ele, a interação entre os dois mercados é muito importante. "Hoje é muito comum a pessoa fazer sua compra através do comércio eletrônico e querer retirar o produto na loja", disse.

O novo acordo começou a ser desenhado depois que a família Klein se mostrou insatisfeita por ter vendido o controle do negócio, acreditando que ele tenha sido subavaliado. A fusão foi anunciada em dezembro de 2009.

Sob os novos termos, o Pão de Açúcar fará ainda um aporte adicional de R$ 689,8 milhões na Globex (Ponto Frio), que formará, junto com os ativos operacionais das Casas Bahia --e 25% da fabricante de móveis Bartira-- a nova companhia.

Além disso, o Pão de Açúcar pagará, pelos próximos três anos, R$ 140 milhões anuais --corrigidos pelo IPCA-- às Casas Bahia pelo aluguel de suas lojas e centros de distribuição, já que os imóveis permanecem como propriedade da família Klein. A partir do quarto ano, o valor correspondente à locação das lojas (cerca de 50%), será acrescido de um percentual a ser definido das vendas brutas.

Quinta maior

A compra do controle da Casas Bahia transformou o Pão de Açúcar na quinta maior empresa do país, com R$ 40,2 bilhões de faturamento --considerando dados de 2009. Os grupos se tornaram sócios de uma nova holding, que é dona da Globex, rede de bens duráveis que era subsidiária integral do Grupo Pão de Açúcar.

Para ficar com o controle da nova empresa, o Pão de Açúcar, que agora terá 53% de participação, entrou com a rede Ponto Frio e a rede Extra Eletro, avaliadas em R$ R$ 1,45 bilhão, em valores contábeis divulgados nesta sexta.

A Casas Bahia entrou com ativos e passivos operacionais, incluindo 25% da fábrica de móveis Bartira, pertencente à família Klein, avaliados em R$ 1,48 bilhão.

O fato relevante divulgado hoje afirma ainda que a associação das empresas estará pronta em cerca de quatro meses. Pestana, porém, ressaltou que Pão de Açúcar e Casas Bahia assinaram com o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) um acordo de reversibilidade da operação.

Sob esse acordo, chamado de Apro, as empresas devem manter suas estruturas separadas até que o negócio seja totalmente aprovado pela autoridades de defesa da concorrência.

Apesar disso, o presidente do Pão de Açúcar afirmou que as sinergias da fusão já devem começar a aparecer no curto prazo, embora ainda não haja estimativas financeiras sobre elas.

Fonte: Folha Online

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