segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Redes de alimentos puxam setor de franquias no Brasil

O mercado de franquias passou ileso pela crise e segue em forte expansão no país, especialmente as redes ligadas a alimentos. O aumento da massa salarial e a ascensão da classe C vêm proporcionando crescimento acelerado, que chega a avançar acima de 30% em um ano.

A projeção é que as franquias tenham faturamento recorde neste ano, em torno de R$ 75 bilhões. Acessórios pessoais, vestuário e alimentos devem continuar apresentando os maiores aumentos, segundo a ABF (Associação Brasileira de Franchising).

"A crise, de certa forma, beneficiou o mercado de franquias. As empresas tiveram que adotar alternativas, voltar-se para canais eficientes. E o varejo sentiu menos os efeitos da crise", afirma Ricardo Camargo, diretor-executivo da ABF.

Atualmente, pouco mais de 1.700 marcas utilizam o sistema de franquia. No ano passado, 240 empresas aderiram, e, em 2010, estima-se que mais 150 adotem o sistema. Segundo a ABF, o Brasil é o quinto maior mercado de franquias no mundo.

Marcas fluminenses

Uma das franquias que surfaram bem pelo mar revolto da crise foi a fluminense MegaMatte, que segue a linha de produtos naturais. Em 2009, o número de lojas da rede cresceu 30% em relação a 2008. No final deste ano, serão 80 ao todo, 54% a mais do que as 52 unidades de dezembro de 2009.

Inaugurada em 1994, a MegaMatte passou a abrir franquias em 2005. Vanessa Medeiros, gerente de comunicação, explica que a estratégia prevê foco no Sudeste, especialmente em São Paulo.

Baseada especialmente no Rio, onde estão 59 das 66 lojas, a rede chegou a São Paulo no ano passado e terá, até o final deste ano, oito unidades. Será aberta também uma loja em Salvador. Para investir na MegaMatte, é preciso ter de R$ 130 mil a R$ 250 mil. A expectativa é de faturamento mensal de R$ 60 mil.

Outra franquia emergente no ramo de alimentação é a Yogoberry, especializada na fabricação de frozen yogurt. Inaugurada em 2007, trouxe como novidade os produtos que lembram sorvetes e têm menos calorias --desde que o consumidor resista à tentação de incrementá-los com as várias coberturas e guloseimas oferecidas.

A rede já tem 60 lojas franqueadas e duas próprias, espalhadas por dez Estados. Nesta semana, inaugura a segunda loja no Nordeste, em Fortaleza --a outra unidade fica em São Luís (MA). O diretor de expansão da Yogoberry, Marcelo Bai, lembra que a ideia inicial era ter apenas lojas próprias. Mas a multiplicação do negócio acirrou a concorrência e alterou a estratégia da empresa.

A rede também surgiu no Rio de Janeiro e chegou a São Paulo no ano passado. No mercado paulista, já conta com 20 lojas. O investimento para abrir uma loja da Yogoberry chega a R$ 300 mil, e o faturamento estimado é de R$ 90 mil mensais. "Naturalmente, o maior espaço para crescer será em São Paulo, temos muito espaço lá, ainda estamos começando", ressalta Bai.
Fonte: Folha Online

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