quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Fiesp reduz previsão de crescimento da atividade em 2010 para 10%

A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) revisou para baixo sua previsão para o crescimento do Indicador de Nível de Atividade (INA) do setor neste ano. Após um desempenho abaixo das expectativas em agosto, a entidade acredita que a indústria paulista de transformação terá uma expansão de 10% em 2010.

Para registrar um avanço de 11%, conforme a estimativa anterior, o setor precisaria crescer nos últimos quatro meses do ano a uma taxa média de 1,7%, o que na opinão de Paulo Francini, diretor do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos (Depecon) da Fiesp, não será possível.

'Não vamos andar neste ritmo, que seria o mesmo verificado no primeiro trimestre de 2010, quando tivemos um aumento da produção após as turbulências provocadas no final de 2009 pela crise financeira mundial', afirmou Francini. Segundo ele, a indústria deve crescer entre setembro e dezembro a uma taxa média de 0,7%.

'De qualquer maneira, os números são positivos e mostram um crescimento disseminado por todos os setores da indústria', acrescentou o diretor da Fiesp. Se confirmada a previsão de 10%, será o segundo melhor resultado da série histórica, atrás apenas do índice de 2004 (13,1%).

Em agosto, o INA teve alta de 0,4% na série com ajuste sazonal. Sem ajuste, o avanço foi de 2,8%. Francini reconheceu que o resultado do mês passado veio um pouco abaixo do esperado. No entanto, frisou que a indústria segue numa trajetória de estabilidade e por isso não vê motivo para alarde. No mês passado, os destaques ficaram por conta dos setores de alimentos e bebidas (2,1%), minerais não-metálicos (2,3%) e máquinas e equipamentos (1,6%).

O diretor da Fiesp ainda manifestou preocupação com a lenta recuperação da crise mundial dos países desenvolvidos. Na tentativa de superar esses obstáculos, alguns mercados estariam despejando sua produção em países onde há demanda, como é o caso do Brasil.

Esse processo teria um efeito dominó sobre a economia brasileira, com o aumento no fluxo de importações, reduções nas vendas internas e externas e o acúmulo de estoques nas fábricas. Se essa tendência permanecer, Francini prevê que as empresas devem começar a sentir algum efeito num prazo de seis meses a um ano.
Fonte: Valor Online

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