terça-feira, 23 de novembro de 2010

Varejo passa a reduzir prazos nas vendas parceladas

Maior varejista do País, o Grupo Pão de Açúcar dá mostras de que pode alterar seu padrão de vendas parceladas. “O varejo não percebeu o vício de que três vezes leva a seis, que leva a dez. É uma ilusão de ótica. Passamos a dar crédito de graça para valores altos e para quem não precisa”, afirma Hugo Bethlem, vice-presidente de relações corporativas. Segundo avaliação, a prática de oferecer parcelamentos longos foi usada para acomodar bens mais caros no orçamento do consumidor, mas, com o tempo, o expediente passou a ser construído às custas da própria margem do setor.
A varejista nordestina Eletroshopping é outro exemplo de empresa insatisfeita com os prazos muito longos. A rede já parcelou em até 17 vezes, mas neste Natal o máximo serão 12 parcelas. “No Recife, chegamos a ver casos de 24 meses, mas não é a nossa prática, não há ‘spread’ para se fazer isso. A margem não aguenta porque o custo do cartão em prazos muito longos fica alto”, afirma Fernando Freitas, vice-presidente da empresa.
Para o futuro, porém, Cláudio Felisoni, coordenador geral do Provar/Fia, espera novo alongamento nos prazos, uma vez que a inadimplência não mostra sinais de deterioração nas carteiras de consumo. Estudo da entidade mostra que o consumidor se tornou mais sensível ao parcelamento a partir de 2008. Naquele ano, uma alta de 1% no número de parcelas elevava as vendas em 0,15%. Já em 2010, a mesma alta no prazo representa acréscimo de 0,44%.
Fonte: Valor Econômico

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