terça-feira, 23 de novembro de 2010

Gastos com saúde levam 100 milhões à pobreza todos os anos, diz OMS

A cada ano, 100 milhões de pessoas caem na pobreza, devido aos gastos com a saúde. É o que revela o relatório da OMS (Organização Mundial da Saúde) divulgado nesta segunda-feira (22/11).

De acordo com a OMS, tantos os países ricos como os pobres podem ajustar os seus mecanismos de financiamento da saúde para que mais pessoas recebam os cuidados necessários. A organização também incentiva a comunidade internacional a apoiar os esforços dos países de renda baixa e média para aumentar a aumentar a cobertura da saúde. “Ninguém que precisa de cuidados de saúde deve correr o risco de uma ruína financeira. Encorajamos todos os países a agir sobre isso e fazer pelo menos uma coisa para melhorar o financiamento da saúde e aumentar a cobertura de saúde no próximo ano”, afirma a diretora-geral da OMS, Margaret Chan.

A OMS sugere três áreas em que pode haver mudança. A primeira é levantar mais fundos para a saúde. Já a segunda é arrecadar dinheiro de forma mais justa, enquanto a terceira é gastar o dinheiro com mais eficiência. O relatório aponta que mais dinheiro pode ser gerado por meio da cobrança fiscal mais eficiente e eficaz. Para a OMS, uma possível fonte de financiamento adicional é a tributação do tabaco.

A comunidade internacional também tem um papel importante neste processo, já que em média US$ 44 per capita são necessários para garantir o acesso a um pequeno conjunto de serviços de saúde de qualidade nos países de baixa renda. Atualmente, 31 países gastam menos de US$ 35 por pessoa em saúde. Para a OMS, se todos os doadores do Governo da Noruega e outros países nórdicos tivessem mantido o compromisso de destinar 0,7% do PIB (Produto Interno Bruto) a programas de ajuda, três milhões de vidas nos países de baixa renda poderiam ser salvas até 2015.

Em relação a levantar dinheiro de forma mais justa, o relatório afirma que isto significa eliminar as barreiras financeiras. Em 2009, os países do Sudeste Asiático e das regiões ocidentais do Pacífico fixaram uma meta para reduzir de 30% a 40% a despesa total em saúde, com a finalidade de alcançar uma cobertura universal de cuidados de saúde. Já sobre gastar o dinheiro de forma mais justa, a OMS indica dez setores onde é possível haver mudança. Um deles relaciona-se à compra de medicamentos genéricos sempre que possível.

Outra área diz respeito aos gastos nos hospitais. O cuidado hospitalar consome de metade a dois terços da despesa total do governo sobre a saúde; logo, gastos mais eficientes em hospitais podem aumentar a produtividade em até 15%.

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