terça-feira, 23 de novembro de 2010

Classe C gasta até 70% a mais para comprar carro

A classe C, preferida do mercado de crédito brasileiro, já gasta até 70% a mais para bancar o automóvel. Levantamento feito pelo Data Popular aponta que o encarecimento dos veículos e a busca por modelos mais sofisticados são a causa da alteração. As classes A e B também elevaram prestações, respectivamente, em 51% e 65%.

Com aumento da renda e a garantia da manutenção do emprego, a classe C - que representa 60% da posse de carros no País - ampliou o valor médio das parcelas do financiamento de R$ 285 em 2003 para R$ 484 no ano passado. De olho nesse público, financeiras aumentaram em até 20% o valor ofertado para crédito.

"A pesquisa, não estima se é carro 0 km ou novo. São carros, mas na classe D são usados: os chevetões, o corsel. Já na classe C, metade tem carros com até cinco anos de uso e os demais automóveis com pouco mais de cinco", explica o presidente do Data Popular, Renato Meireles.

A classe E também aumentou o valor destinado às parcelas de financiamentos, porém em 132%. Em 2009, a média era de R$ 86 por prestação, enquanto em 2003 era R$ 37.

Manutenção

Além de ampliarem os valores do financiamento, essa camanda da população também expandiu os gastos médios com manutenção e seguro do veículo. O custo mensal com o automóvel é de cerca de R$ 657,50, inclunido 17,7% para bancar acessórios, 8,7% com documentação e seguros e 73,6% para custear o empréstimo.

"Eles não estão pensando só no financiamento. É uma compra planejada, que eles fazem, sem medo de errar. Atualmente, as taxas do mercado mostram que a inadimplência é baixíssima", aponta Meireles.

Ele avalia que, em curto prazo, os carros usados e seminovos voltarão a ocupar destaque na concessionárias. "Ele é a moeda de troca. A tendência é de que a Classe C vá trocando o carro por um melhor aos poucos, procurando garantia estendida, financiamento mais facilitado. E, enquanto isso, é o usado que será destaque", diz.

O professor do curso de economia da USCS (Universidade Municipal de São Caetano), Radamés Barone, afirma que o mais importante é que o aquecimento deste mercado garante a manutenção da renda. "O risco é o que o aquecimento do consumo pode aumentar a taxa de juros, mas a tendência é que isso se mantenha em 2011."
Fonte: Diário do Grande ABC

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