terça-feira, 8 de junho de 2010

Venda de TVs de tela fina sobe até 200% na Copa

A proximidade da Copa do Mundo e a economia em alta aceleraram em até 200% a venda de TVs de tela fina na região, quando comparado ao mesmo período de 2009. O avanço da tecnologia também tornou os modelos 20% mais baratos.

As redes varejistas são unânimes em dizer que a procura pelo item superou todas as expectativas. As vedetes desse ano são as TVs LCD de 32 e 42 polegadas, na resolução Full HD. Na maior rede de supermercados do País, é esperado crescimento de 110%. Em um grupo francês do setor, o incremento em abril foi de 45%, mas pulou para 60% nas primeiras semanas de maio.

Uma supermercadista local, no entanto, registrou até agora a maior elevação de vendas: 200% em maio na comparação com o ano passado. "Só nos primeiros dias de junho, tivemos procura 114,5% maior do que em 2009. Esperamos aumentar ainda mais esse volume no fim de semana, com o início da Copa", ressalta o gerente de compras de bazar e eletros da rede Edson Rodrigues.

Pesquisa da Fecomércio (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo) mostra que 11% dos paulistanos tinham a intenção de trocar a TV para assistir ao Mundial. Guilherme Dietze, assessor econômico da entidade, explica que além do pico por conta do campeonato, o crédito farto disponível no comércio ajuda no aumento das vendas. "O cliente está estável na economia. Melhorou a renda, as taxas de juros estão baixas, fora o prazo dilatado. Há junção de fatores, tanto do esporte mais popular do País com as condições da economia que faz esse item caber no bolso do consumidor."

Quem deixou de comprar o produto esperando a queda de preços não terá sucesso. A demanda alta fez com que os itens diminuíssem não só nas prateleiras, mas também nos fornecedores. "Não estamos recebendo 100% dos pedidos e há atrasos de entrega. Isso porque encomendamos no ano passado", diz Rodrigues.

Sem os descontos parrudos, a alternativa para o consumidor economizar é pesquisar e optar por modelos que já não são novidade. "A chegada do Led tornou as TVs de LCD mais em conta", avisa Dietze.

A passagem da Copa do Mundo também não deve diminuir o ritmo de vendas. Gerson Christensen, especialista em marketing, diz que com o bom momento econômico, o volume de vendas seguirá forte no segundo semestre. "Esse é um ano atípico, mas com o aumento no PIB, na proximidade do Natal, teremos maior vendagem do que agora."

Economia estável torna produto acessível às classes mais baixas

A estabilidade da economia fez com que consumidores das classes C e D, faixa da população com renda mensal de até R$ 1.800, também vissem o acesso ao sonho da TV fina facilitado. A paixão pelo futebol aliada à necessidade de trocar o aparelho antigo, fez com que boa faixa dessa população optasse por parcelar o item e satisfazer o desejo.

"Diversos indicadores econômico-sociais vindos do IBGE e da FGV têm alertado que há substancial crescimento da classe C. As camadas C, D e E têm entrado fortemente no consumo graças à melhoria das condições macroeconômicas do Brasil e programas de incentivo ao consumo com redução de impostos. Nessa lista o campeão neste ano é o televisor tela fina", destaca o professor de finanças da FGV-EAESP, Fabio Gallo Garcia.

O especialista em marketing, Gerson Christensen, diz que a escolhas pelo produto em detrimento de outros - como o sofá, que fica rasgado, por exemplo - acontece por conta do Mundial de futebol. "Se tivéssemos só a eleição, poderíamos pensar em trocar o sofá, mas temos a Copa. As pessoas buscam itens de primeira necessidade. Apesar de os modelos tradicionais serem mais baratos, ele força parcelas mais longas e compra a tela plana. Cabe no bolso", diz.

CUIDADO - No entanto, o técnico do Instituto Proteste, Carlos Eduardo Vieira, pondera que é necessário pesquisar antes de escolher o item apenas pelo preço acessível. "O consumidor tem de ver se há o conversor embutido, senão, ele terá de comprar o produto, ou não terá qualidade digital. Além disso, notamos diferença de preços até R$ 800 entre lojas físicas e virtuais."
Fonte: Diário do Grande ABC

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