quarta-feira, 11 de maio de 2011

Mulheres alavancam índice de vendas no setor varejista

As mulheres estão surpreendendo o Walmart. Diferentemente do que ocorria anos atrás, hoje é o sexo feminino que compra mais produtos de tecnologia. De acordo com pesquisa realizada pela rede varejista americana, 63% das compras realizadas na área de tecnologia de suas lojas são feitas por mulheres. Além de consumir mais do que os homens, o público feminino também influencia a decisão de compra em mais de 80% dos casos. O fator pode ser considerado um incremento importante nas vendas efetuadas no Dia das Mães, o mais rentável dos últimos nove anos, com crescimento de 12,4%. "Especificamente em tecnologia, o perfil da consumidora no Brasil está mais próximo do que era exclusivo aos homens em outras épocas. Não à toa as empresas se mostraram bastante preocupadas em atender ao público feminino com linhas de produtos exclusivos", explica Cláudio Felisoni de Angelo, coordenador de pesquisa do Programa de Administração do Varejo (Provar).



Em outros setores, como higiene e beleza, limpeza, alimentos, bebidas e telefonia móvel, o consumo feito por mulheres também proporcionou crescimento nas vendas no varejo. Relatório de tendência do consumidor organizado pela Associação Paulista de Supermercados (Apas) mostra que nas vendas de celulares, as mulheres foram responsáveis por alta de 14% nas vendas em 2010. Com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) 2009, a cesta de beleza e higiene cresceu consideravelmente se destacada a classe C. De dois anos atrás para 2010, o volume aumentou 7%, índice pouco inferior aos 8% constatado nas classes D e E.



Esta pequena fatia do levantamento ilustra o otimismo do setor supermercadista para 2011, que prevê avanço de 4% nas vendas gerais em comparação a 2010. Na carona dos ótimos resultados de vendas obtidos junto ao público feminino, o setor varejista registrou alta de 6,53% nas vendas do Dia das Mães, segundo apuração da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL). Os dados foram coletados junto ao Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) e ficaram acima do esperado pela Fecomércio (4%) e abaixo do que projetavam os comerciantes pesquisados pelo Serasa Experian (9,6%).



A variação foi calculada com base nas vendas entre o último sábado de abril e o primeiro de maio, que se concentraram nos segmentos de vestuário e calçados, perfumaria, e jóias e semijoias. Segundo dados da entidade, o tíquete médio foi de R$ 80,00. Em relação ao otimismo dos varejistas, 52% esperavam aumento de 10% nas vendas e 28% previam crescimento maior do que 10%. O índice acompanhou a tendência apontada pelo Serasa Experian, em sua Pesquisa de Expectativa Empresarial, com 59% dos comerciantes otimistas em relação ao período.



"As promoções do varejo, baseadas no parcelamento com valores cada vez menores, foram um importante estímulo para as vendas. Já são comuns, por exemplo, as parcelas mínimas de R$ 10. Os dias de frio no sul e sudeste favoreceram as vendas de confecções, que ofereceram várias opções de preços", registraram os economistas da Serasa Experian no documento de divulgação da pesquisa divulgada.



Investimentos

O presidente do Walmart Brasil, Marcos Samaha, anunciou na última semana os planos de investimento da empresa para 2011. Serão 80 novas lojas com investimento de R$ 1,2 bilhão ao longo do ano. "O Brasil é um mercado extremamente estratégico para o Walmart. Com a estabilidade econômica dos últimos anos, a empresa vê um excelente potencial de crescimento no nosso mercado e por isso vai continuar investindo em expansão", diz Samaha. Nos últimos 5 anos, o Walmart já somou R$ 6 bilhões em investimentos no País, com a construção de 177 lojas e cerca de 25 mil empregos gerados.



Os recursos serão destinados prioritariamente para a abertura de 80 novas lojas compreendidas nos formatos hipermercados, supermercados, lojas de atacado, clubes de compras e lojas de vizinhança. A maior parte delas será voltada para as classes C, D e E, com as bandeiras Todo Dia (varejo) e Maxxi (atacado). "Nosso plano de expansão vai continuar apoiando o desenvolvimento socioeconômico da população brasileira", afirma Samaha. "O foco nos formatos direcionados à classe média emergente será ainda mais forte em 2011", acrescenta.



Além da abertura das novas unidades, Samaha ressalta que parte dos recursos será destinada à reforma de unidades antigas, melhorias no sistema logístico e em tecnologia. Ao todo, os investimentos vão permitir a geração de mais 7 mil empregos diretos e mais de 20 mil indiretos em 2011. "Estamos investindo não apenas em novas lojas, mas ampliando também o programa de apoio a fornecedores regionais, programas de responsabilidade social e projetos de preservação do meio ambiente", completa Samaha. Em 2010, a companhia abriu 45 novas lojas e gerou 6 mil postos de trabalho.

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