quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Varejo Avança nas Vendas OnLine



Um novo cenário vem impressionando a rede de lojas Marisa:
seu consumidor tradicional da classe C, acostumado a frequentar as lojas físicas, começou a
comprar pela internet. Isto representa uma mudança de paradigma nos negócios da empresa,
que decidiu investir no comércio eletrônico em 2000, para atingir principalmente o público das classes A/B, afirma Thiago Barros Pereira, gerente de e-commerce daMarisa.

Junto com o novo público, vieram antigos concorrentes.
Redes como Hering, TNG e Richards também passaram a apostar no comércio eletrônico como canal para aumentar as vendas.

A Renner é outra que promete estrear no mundo virtual até dezembro. Por enquanto, assim como a C&A, a varejista já comercializa seus vales presentes pela internet, com entrega emtodo o país.

O Brasil ainda está distante do cenário do mercado americano, no qual 109 das 500maiores
empresas de e-commerce vendem roupas e acessórios, afirma Alessandro Gil, sócio da Ikeda, empresa que trabalha com serviço de TI para a área de comércio eletrônico.

“Nos Estados Unidos, as lojas de vestuários são a quarta categoria em vendas on-line com
faturamento de US$ 13 bilhões”, afirma Gil. E as vendas on-line foram um ponto de inflexão nos
fracos resultados das lojas americanas.

A rede de luxo Nordstrom, por exemplo, teve um crescimento de 8% nas vendas on-line no terceiro trimestre do ano, ante um decréscimo nas vendas de toda a rede de 6,2%. No Brasil, a venda de vestuário pela web é incipiente. Segundo dados da consultoria ebit, representam menos de 2% do faturamento do comércio eletrônico que deve chegar a quase R$ 11 bilhões neste ano.

A Hering garante que não tem do que reclamar. A empresa iniciou a venda pela internet em
2000, e logo em seguida descontinuou o projeto. Em 2008, voltou a colocar no ar sua loja
virtual comobjetivo de alcançar no primeiro ano de atuação vendas de R$ 1 milhão. “Mais que dobramos nossa meta inicial”, afirma Ronaldo Loss, diretor comercial da companhia. O sucesso da operação da marca Hering fez com que a empresa criasse emoutubro último a loja virtual também da marca PUC, primeira de moda infantil na internet. E, em 2010, vai colocar no ar o portal de vendas da marca Dzarm. A loja da Hering tem cerca de 90 mil acessos mensais e, no primeiro mês de atuação, a unidade virtual da PUC teve cerca de 12 mil acessos. Ainda assim, a maior função das lojas não é a venda. “Apostamos na internet como canal de relacionamento comos clientes”, afirma.

Vitrine Marisa A Marisa utiliza sua loja on-line como uma vitrine. É a única unidade da empresa com todos os produtos, afirma o gerente de e-commerce Thiago Pereira. O diferencial da rede é que o consumidor pode trocar os artigos comprados pela internet em qualquer uma das 235 lojas da rede em todo o país. Pereira não divulga números de faturamento, mas garante que a loja cresce na mesma proporção do mercado de e-commerce, em torno de 20% ao ano. Mesmo assim, a unidade virtual é considerada uma lojamédia. “É difícil competir com algumas lojas da Marisa, que dependendo domercado, chegam a ser o varejo mais importante da cidade”, afirma o executivo. Mas o executivo é otimista, especialmente porque o portal de vendas vem cumprindo muito bem sua função de gerar público para as lojas. Pesquisas indicam que a cada real comprado na internet, R$ 6 são vendidos na loja física da mesma marca com o público que passa a procurar a loja.

O QUE LEVA AO DESCOMPASSO DA MODA
Comprar roupas não é como comprar CDs.
Falta de padronização nos tamanhos De acordo com Alessandro Gil, sócio da Ikeda, entre os problemas das empresas de vestuário está o fato de o consumidor ainda preferir ver e tocar as peças, o que não é possível na internet. A solução, afirma, é o uso de ferramentas on-line que demonstram o produto em detalhes, com zoom e simulações realistas. A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e a Associação Brasileira do Vestuário (Abravest) estão trabalhando para que exista uma padronização das confecções, com selo de garantia das entidades, que deverá ficar exposto nos sites de comércio eletrônico.

Presença de marcas em sites é incipiente Levantamento da Ikeda mostra que a área de vestuário ainda não acordou para o mercado on-line.
Muitas empresa sequer têm site para a divulgar marcas. “Tipicamente, o consumidor compra pela internet depois de procurar as marcas em sites. Se as lojas não estão no ambiente on-line, não há o que o cliente possa fazer”, diz Gil, da Ikeda.

“Nos Estados Unidos, as lojas de vestuário são a quarta categoria em vendas on-line, com faturamento de US$ 13 bilhões” Alessandro Gil Sócio da Ikeda Divulgação

No Brasil, o varejo de vestuário ainda é incipiente na web. Segundo dados da consultoria e-bit, essas lojas representam menos de 2%da receita do comércio eletrônico, que deve chegar a quase R$ 11 bilhões este ano.

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