quarta-feira, 28 de outubro de 2009

O LIDER ACIDENTAL

UMA NOVA PERSPECTIVA PARA QUEM AGORA É LIDER
Seguindo a discussão sobre Poder - ou o modo como exercemos influência sobre os outros - hoje abordaremos a terceira e última modalidade que envolve algum tipo de ascendência apoiada numa relação hierárquica explícita. Por força do cargo que ocupa, o chefe tem a prerrogativa de impôr determinadas condições a seus subordinados, seja através da sua Autoridade ou pelo Controle sobre as Recompensas. Sua posição permite-o, também, aplicar Punições àqueles que comanda, os quais, por receio de sofrê-las, seguem o que lhes é dito.
Ainda que este instrumento pareça um tanto quanto bárbaro ou arcaico, ele ainda é empregado nas melhores famílias. Tais pressões podem ser ser explícitas, sob a forma de medidas disciplinares como advertências e suspensões, ou variações ainda mais drásticas e definitivas, como uma demissão. Como estas são mais facilmente identificáveis e não precisam de maiores explicações passemos, então, às mais sutis e talvez até mais perniciosas.
As punições assumem, às vezes, disfarces vários, formas dissimuladas, falsos contornos. Mas não são menos prejudiciais por causa disso. Algumas decisões corriqueiras, aparentemente inofensivas e naturais até, podem esconder maquiavélicas intenções. Para quem você reclama se for escalado para o plantão noturno da firma exatamente no dia do seu aniversário? Como você questiona ser repentinamente transferido para Itaberabinha do Norte, logo ali onde Judas perdeu o Band-Aid? Ou não ter suas férias aprovadas para fazer aquela viagem planejada com a família?
Tais exemplos, tão exagerados quanto cruéis, representam extremos que acabam tornando o ambiente de trabalho insuportável e cujo único objetivo parece ser mostrar quem manda - de uma forma ou de outra. Antes de atingir o objetivo do exercício do Poder (lembremos: fazer com que algo seja realizado), punições severas demais costumam ter efeito contrário, gerando discórdia, semeando conflitos, alimentando medo e desconfiança.
Em meados do século passado o psicólogo americano B. F. Skinner já havia demonstrado que as punições não funcionam como método de ensino/aprendizado. Para ele, a melhor maneira de se incentivar algum tipo de comportamento é através do reforço positivo, isto é: elogios.
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É preciso reconhecer, por outro lado, que determinadas atitudes não podem passar em branco, sob pena de se perder o controle do ambiente como um todo, transformando-o numa anarquia. O natural complexo de perseguição de quem sofre uma punição, vez ou outra não se justifica. Sansões são instrumentos de controle e disciplina; não de capricho nem muito menos de vingança.
Ainda assim, há alternativas. Muitas vezes, deixar de aplicar uma punição - o que na maioria das situações é uma opção do líder - resulta em extraordinário efeito motivacional, instrumento de reflexão, auto-aprendizado e, incrivelmente, de ganho de confiança.
FONTE : VOCÊ S/A
CLÁUDIO OLIVEIRA
MUNDO VERDE BPS

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