O crescimento do financiamento imobiliário e de automóveis transformou os crediários para o varejo em personagens coadjuvantes no cenário econômico nacional. Enquanto a procura pelo crédito para aquisição de imóveis cresceu 44% e o de veículos 34% no último ano, outros bens - que incluem eletrodomésticos e eletroeletrônicos - avançaram apenas 2%, de acordo com dados do BC (Banco Central).
Isso significa que para realizar o sonho da casa própria e da compra do carro, as famílias apertam o sinto e deixam os itens supérfluos para pagamentos à vista ou no dinheiro, o que poderia causar estagnação no setor. Mas, apesar da perspectiva, o varejo paulista ainda prevê expansão e alerta que há espaço para crescimento. "Um setor sempre concorre com outro, é normal. Você, como cliente, faz escolhas porque seu orçamento é restrito, mas aumentando o limite e a utilização do crédito, cresce o consumo", atesta o economista da Fecomercio (Federação de Comércio de Bens, Serviços e Turismo), Fábio Pina.
O economista da ACSP (Associação Comercial de São Paulo), Ulisses Ruiz de Gamboa, avalia que os próprios números do setor demonstram que não há riscos de estagnação. No primeiro semestre, houve alta de 11% das vendas em relação ao mesmo período do ano passado.
"Atualmente, temos 60% das famílias com algum tipo de dívida, mas o mercado passa por um crescimento sustentável. Há espaço para todo tipo de crédito e, hoje, 74% das famílias ainda fazem compras no comércio com dinheiro."
Em abril e maio, respectivamente, as vendas gerais do comércio subiram 1,5% e 1% ante o mês anterior. E móveis e eletrodomésticos registraram queda de 0,3% e alta de 0,6%, respectivamente.
"Isso não significa que a demanda não segue aquecida. Tivemos picos neste ano, mas as vendas seguem fortes, mesmo com número mais baixos", afirma o professor de Economia da USCS (Universidade de são Caetano), Radamés Barone.
Fonte: Diário do Grande ABC
quinta-feira, 19 de agosto de 2010
Cliente deixa crédito para bens duráveis e usa dinheiro no varejo
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CLÁUDIO OLIVEIRA,
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