segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Dinheiro na mão

Usufruir a grana que você acumulou requer um bom planejamento porque existem sete maneiras de sacar o dinheiro

Escolher a forma como resgatar os benefícios de sua previdência privada é tão importante para o planejamento da aposentadoria quanto decidir o tipo de plano, o regime tributário ou a composição dos investimentos adequados para seu perfil. Existem sete formas de sacar o dinheiro acumulado num Plano Gerador de Benefício Livre (PGBL) e num Vida Gerador de Benefício Livre (VGBL). Mas na hora em que você decide contratar um plano de previdência a opção de saque é feita quase automaticamente. A escolha pela renda vitalícia já está preenchida no contrato.

Mas não há motivo para pânico se você quiser mudar de opção. As seguradoras são obrigadas a confirmar a opção de saída do plano 90 dias antes do fim do contrato e você pode pensar e dar a resposta em até 30 dias. Ainda assim, a grande maioria dos clientes não troca de alternativa, permanecendo com a renda vitalícia — que, como o próprio nome sugere, garante uma renda mensal para o resto da vida. Gilseia Rinaldi Moreira, de 52 anos, gerente de relacionamento da Natura, faz parte dessa turma que pretende optar pela tranquilidade de ter uma grana garantida todo mês. “Não vou resgatar o dinheiro para ter o trabalho de ficar gerindo os recursos”, afirma Gilseia. “Quero mais é curtir minha aposentadoria e viajar pelo mundo.”

Essa tranquilidade tem um preço. “Quando o benefício é convertido em renda, o cliente abre mão do patrimônio acumulado”, afirma Osvaldo do Nascimento, diretor executivo de investimentos pessoa física e previdência do Itaú Unibanco. Na renda vitalícia, o dinheiro acumulado fica para a seguradora em caso de morte prematura do titular do plano. Todas as alternativas de saque do dinheiro apresentam vantagens e desvantagens

Quem escolhe transformar o benefício em renda deve atentar para o fato de que mudanças de tipo (se vitalícia ou temporária) e da garantia de continuidade do pagamento aos beneficiários indicados vão alterar o valor dos benefícios. Por exemplo: para um segurado que tenha 65 anos e sua mulher, 63, uma renda mensal vitalícia de 1 000 reais se transformaria em 996,08 reais caso ele optasse pela reversão da renda para a mulher, segundo os cálculos de João Batista Mendes Ângelo, superintendente de produtos da BrasilPrev. Se essa mesma pessoa escolhesse a renda mensal vitalícia com prazo mínimo garantido de 20 anos o valor cairia para 857 reais.

Sete maneiras de sacar o dinheiro

Renda vitalícia reversível ao cônjuge

EM ALTA - Opção interessante para quem tem o marido ou a mulher como dependente. Se o titular do plano morre, o parceiro continua recebendo o dinheiro.
EM BAIXA - A segurança também pode sair cara. O valor do benefício vai depender da idade do parceiro.

Renda com prazo certo

EM ALTA - A renda paga por um período determinado é superior ao valor da renda vitalícia comum.
EM BAIXA - Se o segurado viver mais tempo do que o prazo estipulado, corre o risco de ficar sem dinheiro.

Resgate programado

EM ALTA - Não tem custo alto.
EM BAIXA - Quem não tem outra fonte de renda poderá ficar sem dinheiro no intervalo entre todas as retiradas.

Renda vitalícia

EM ALTA - Tranquilidade. Você receberá o dinheiro mensalmente, por toda a vida. O valor é corrigido por índice estipulado em contrato.
EM BAIXA - Se o titular morrer cedo, o dinheiro da reserva fica para a seguradora.

Renda vitalícia com prazo mínimo garantido

EM ALTA - Você recebe uma renda mensal fixa por prazo indeterminado. Caso morra antes do tal período mínimo — 5 a 15 anos —, a família fica com o dinheiro.
EM BAIXA - A renda é menor do que a vitalícia, já que a garantia mínima encarece o valor do serviço da seguradora.

Renda vitalícia reversível ao cônjuge com continuidade aos menores

EM ALTA - Para aqueles que possuem filhos menores de idade, a proteção se estende a toda família.
EM BAIXA - Como o cálculo inclui as crianças, a renda é menor.

Resgate total

EM ALTA - Além de ser a alternativa com custo mais baixo, resgatando o dinheiro de uma única vez você poderá reaplicá-lo em investimentos mais rentáveis.
EM BAIXA - A gestão dos recursos será sua – o que não é uma tarefa fácil.

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