sexta-feira, 29 de outubro de 2010

VAREJO DE LUXO CONTINUA BRILHANDO

O dia de ontem fechou com a apresentação da CEO da Burberry, Angela Ahrendts. No cargo desde 2006, ela soma uma trajetória de sucesso no varejo de luxo, com passagens por Liz Clairborne, Henri Bendel e Donna Karan (marca que presidiu na década de 90). Ela inclusive venceu o principal prêmio do evento, World Retail Awards, na categoria "Liderança". O prêmio é um reconhecimento pela maneira como Angela conduziu a reinvenção da marca centenária (soma 154 anos), que passou incólume pela recente recessão. Famosa por seu trenchcoat, a marca hoje é referência em acessórios, moda e cosméticos. No último ano, as vendas cresceram 7%, um total de 1,2 bilhão de euros, com enorme sucesso de vendas na Europa e Ásia. Segundo ela, três aspectos unem a marca: Estilo, Estrutura e Valores. "Nossa marca é o que temos de mais forte, mas não queremos ser uma marca valiosa, intocável. Queremos ser uma ótima marca, e ponto. Todos os nossos esforços estão em proteger nossa tradição", explicou na palestra que era transmitida simultaneamente para todas as principais capitais mundiais em que a Burberry mantém operações. "Obrigada ao pessoal que está nos assistindo em Mumbai, Tóquio, Dubai, NY, Londres... Não fazemos nada sozinho, foi graças ao nosso time que podemos estar hoje comemorando bons resultados".

Como mencionei, Angela citou o esforço da marca em não se tornar "intocável". Foi justamente este também o mote do debate de hoje sobre varejo de luxo, que reuniu representantes da Sephora, LVMH, Printemps e Chalhoub Group (empresa que distribui 280 marcas de luxo no Oriente Médio). Segundo estudo divulgado aqui, 54% das mulheres francesas tem o hábito de comprar artigos de luxo. Destas 28% preferem as lojas de departamento porque tem maior variedade à disposição. Outras 14% escolhem as lojas multimarcas de luxo, 11% loja da marca, e 7% os sites de outlet de luxo. Outro dado, trazido por Fadi Jabbour, da Chalhoub Group, dá conta que as vendas de artigos de luxo no Oriente Médio cresceram 30% no último ano enquanto o varejo comum, entre 5 e 10%. Quando perguntados sobre a forma como encontraram de continuar crescendo mesmo em tempos econômicos tortuosos, eles foram mais ou menos no mesmo caminho de Angela, da Burberry: mantendo o espírito de exclusividade, mas sem tanto distanciamento. "Temos obsessão com a experiência de compra, e é justamente por isso que o crescimento do ecommerce exige tanto de nós: precisamos levar essa mesma experiência espetacular de compra que a consumidora tem em nossas lojas para a internet". Para se ter uma ideia, durante a crise, a Sephora conseguiu o curioso feito de aumentar seu market share. Feliz por estar entrando em novos mercados, Jacques Levy, CEO da Sephora citou que acaba de entrar no Brasil com uma operação de ecommerce (concretizada hápoucos meses com a Saks.com.br).

Ao final do painel me aproximei de Levy para colher um pouco de sua visão sobre o início da operação brasileira, mas ele não pode comentar nada por enquanto. "Nem em relação a uma opinião pessoal sobre perspectivas?", perguntei, a que ele respondeu "Desculpe, ainda não, muito cedo".
FONTE- NOVAREJO

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